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Desvendando a Deficiência

Infelizmente, ainda podemos perceber muitas dúvidas, pré-conceitos e uso de termos pejorativos em torno da questão da deficiência, isto é, das pessoas deficientes. É claro, que não podemos negar que nos dias de hoje vemos muito mais pessoas deficientes nas ruas, no mercado de trabalho ou incluso no contexto escolar. Kaplan define excepcional como “aquele que difere dos padrões da normalidade, em grau arbitrário, em uma ou mais variáveis, de modo a necessitar de recursos especiais para o desenvolvimento de suas potencialidades”. Porém, quando leio e reflito sobre esta definição acabo me questionando: O que é ser Normal? Quais são esses Padrões de Normalidade? Qual ou Quem é um Modelo de Normalidade? Nunca consegui encontrar esta resposta. Buscando mais definições e diferenciações de termos encontro o seguinte: Excepcional é aquele que no transcorrer do desenvolvimento, teve ou tem alterações físicas, sensoriais, mentais e/ou psicossociais. Deficiente é aquele que no transcorrer do desenvolvimento, apresenta limitações físicas, sensoriais, mentais e/ou psicossosiais que impedem especificamente uma ação. Incapacitado é aquele que apresenta restrições no desempenho de uma ou mais atividades consideradas normais de acordo com a idade, sexo, fatores sociais e culturais para aquela pessoa, impedindo sua participação produtiva e independente na comunidade. Sendo assim, de acordo com essas definições continuo meus questionamentos: Todo excepcional, é um deficiente? Pois, o indivíduo pode ser excepcional por ter alterações físicas, como não ter um braço, mas isso pode não ter lhe limitado de tocar um piano, por exemplo, portanto, ele não é um deficiente, pois não apresentou limitações físicas e, sim, alterações físicas, constatando uma excepcionalidade e, não uma deficiência. Enquanto que muitas pessoas intituladas “normais” não conseguem tocar esse instrumento. Então, surge um outro questionamento: Todo deficiente é um incapacitado? Ou, todo incapacitado é um deficiente? E até, todo deficiente é necessariamente um excepcional? Por meio desses questionamentos que deixo para reflexão concluo que jamais devemos reduzir o homem a um aspecto, isto é, reduzi-lo a uma deficiência, pois junto desta existem potencialidades a serem desenvolvidas, garantindo a singularidade do ser humano. A questão da deficiência é uma questão de grau, somos todos deficientes ou incapacitados em determinados aspectos. Necessitamos dirigir mais nosso olhar para as potencialidades do próximo, pois isso também facilitará nossa convivência.

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