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Hiperatividade: meu filho tem isso?

É quase unânime todos estarem assustados com a evolução das crianças nos dias de hoje e os pais acabam apresentando uma maior dificuldade em educar seus filhos, pois os mesmos falam ´coisas` que as crianças antigamente não falavam, fazem ´coisas` que as crianças antigamente não faziam e têm contato com ´coisas` que antigamente as crianças não tinham, como, por exemplo, a tecnologia, a informação, o conhecimento, enfim, a globalização. Paralelo a essa evolução infantil e à dificuldade que os pais estão enfrentando em educar os filhos com tantas mudanças, acesso à tecnologia e leis específicas visando a infância e adolescência também começou a surgir e aparecer as conseqüências da falta de limites, da má interpretação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, onde muitos pais acreditam que não têm mais liberdade em educar seus filhos, em função da proteção da lei e que esta apenas estabeleceu os direitos das crianças e adolescentes e não seus deveres. E, enquanto isso, na medicina atual, começou a surgir um novo Transtorno, diagnosticado na maioria das vezes, em crianças. Esse transtorno recebeu o nome de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. TDAH é um transtorno neurobiológico, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Leva a comprometimento funcional significativo (escola, família, relacionamento, etc.) além de problemas em etapas subseqüentes. Os tipos de TDAH são: TDAH-D (predomínio de sintomas de desatenção), TDAH-HI (predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade) e o TDAH-C (sintomas de desatenção e hiperatividade). As possíveis causas são multifatoriais, como a Hereditariedade/Pré-Disposição Genética, Substância Ingerida na Gestação, Sofrimento Fetal, Exposição ao Chumbo e os  Problemas Familiares podem agravar, mas não causá-lo. Alguns sintomas comuns são: dificuldade de concentração e atenção; dificuldade em seguir as instruções até o fim ou concluir tarefas e deveres; dificuldade de organização e planejamento; relutância para fazer deveres que exijam esforço mental por muito tempo; distrair-se com muita facilidade, rotuladas como “Crianças que sonham acordadas”; se meche de modo incessante, principalmente, mãos e pés; dificuldade em permanecer sentada; corre ou sobe em objetos frequentemente, em situações nas quais isto é inapropriado; parece ser movido por um “motor elétrico”, sempre a mil por hora; fala em excesso; responde perguntas, precipitadamente; não consegue aguardar sua vez; interrompe frequentemente os outros, entre outros sintomas significativos. O tratamento é com uma equipe multi/interdisciplinar (neurologista-psicólogo-educadores-fonoaudiólogo-psiquiatra). A Psicoterapia visa o esclarecimento e orientação à família; intervenção com a própria criança/adolescente; orientação à escola. Também se tem a intervenção Psico-Pedagógica e os Psicofármacos receitados pelo médico especialista. Contudo, o diagnóstico de TDAH e do tipo somente deve ser dado por um especialista e o critério diagnóstico deve ser o seguinte: 6 ou + sintomas de desatenção e/ou 6 ou + de hiperatividade – impulsividade,  por pelo menos 6 meses, num grau que comprometa a adaptação e é incompatível com o nível de desenvolvimento. Alguns sintomas que causam prejuízo estavam presentes antes dos 7 anos de idade. Os sintomas devem manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes. Clara evidência de prejuízo clinicamente significativo. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de outros transtornos ou que não seja conseqüência de Falta de Regras e Limites. Porém, vemos um grande número de crianças com o diagnóstico de TDAH, medicada e, muitas vezes, rotulada e estigmatizada. Entretanto, não estou descartando a possibilidade de que realmente, muitas crianças, tenham um diagnóstico de TDAH. Mas, vale lembrar que, segundo as pesquisas, apenas 3 à 6% da população de crianças de 7 à 14 anos apresentam TDAH e que seus sintomas são muito parecidos com os sintomas de Falta de Limites ou de outros transtornos. Então, deixo a pergunta, é TDAH ou falta de limites? Portanto, quando um especialista realmente diagnosticar que é um quadro de TDAH é preciso realizar todo o tratamento adequado, caso contrário, a negligência no tratamento vai acarretar sérias e graves conseqüências na vida adulta. Mas, vale ressaltar que o diagnóstico errôneo de TDAH e sua intervenção em uma situação de falta de limites também terá sérias conseqüências futuras.

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